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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Flimt II - Carta das mulheres indígenas à Presidente Dilma Rousseff

Feira do Livro Indígena de Mato Grosso tem a presença da maior autoridade Indígena no Brasil - Cacique Raoni

NAINE TERENA - Assessoria/Flimt

Edson Rodrigues/Flimt
Cacique Raoni visita a Feira do Livro Indigena em Cuiabá
          O Encerramento da segunda edição da Feira do Livro indígena de Mato Grosso deixou para os participantes um pedido de ajuda realizado nada pelo Cacique Raoni, maior autoridade indígena do pais. O Cacique Raoni, 85 anos, do povo Caiapó, falou sobre vários assuntos para um publico que lotou o Salão Nobre do Palácio da Instrução em Cuiabá. Sobre a FLIMT, Raoni comentou que gostou muito de participar de Feira do Livro Indígena. "E bom ver que nosso povo esta se formando em escritores, doutores, advogados, divulgando a nossa cultura. Quero que eles estejam sempre juntos, sempre valorizando nossa tradição."
          Para os indígenas presentes Raoni fez um apelo: que utilizem sua formação acadêmica e intelectual em prol da causa indígena, na luta contra as desigualdades, contra o desmatamento e principalmente na militância contra a construção da usina Belo Monte. Ao publico não indígena o recado foi direcionado ao futuro do pais e do mundo, ressaltando o impacto de grandes obras em áreas como as florestas e rios. Ao final da Palestra, as mulheres indígenas presente escreveram 'A carta das mulheres indígenas' a presidente Dilma Rousseff, na qual citam que as Mulheres Indígenas, (avós, mães, escritoras, artesãs, acadêmicas, trabalhadoras, advogadas, educadoras, guerreiras) participantes da FLIMT - Feira do Livro Indígena de Mato Grosso junto ao NEARIN - Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas, onde sensibilizadas com as palavras do grande Cacique Raoni, fazem um pedido para que a presidente pare com as Obras de Belo Monte. A Carta foi assinada também por mulheres não indígenas e deve ser entregue a Presidente apos recolher mais assinaturas.
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CARTA DAS MULHERES INDÍGENAS À  PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF

          Nós, Mulheres Indígenas, (avós, mães, escritoras, artesãs, acadêmicas, trabalhadoras, advogadas, educadoras, guerreiras) participantes da FLIMT - Feira do Livro  Indígena de Mato Grosso junto ao NEARIN - Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas, sensibilizadas com as palavras do grande Cacique Raoni, proferidas na FLIMT,  reiteramos:  “O Governo já tomou as nossas riquezas e devemos defender o que sobrou para nós”.
          Estamos nos aliando e ampliando as nossas lutas em prol de nossas sobrevivências com a nossa liderança maior, na defesa dos nossos direitos garantidos na Constituição Brasileira. A nossa união se faz necessária porque nós, mulheres indígenas, estamos sentindo as conseqüências da redução dos nossos territórios, nas aldeias já existem a escassez de alimentos o que nos preocupa muito porque os alimentos são essenciais para a vida humana. Nos momentos atuais e em tempos modernos, sentimos que nós, os povos indígenas não somos respeitados em nossos direitos vitais. Vemos a devastação da biodiversidade, das fontes das águas, os cerrados sendo exterminados, dando lugar ao agronegócio. Com isso, as nossas riquezas, fontes de alimentos estão desaparecendo, assim como as florestas estão sendo desmatadas em nome do progresso. Esse é o progresso sustentável? Esse modelo é empobrecedor. É assim que nós vemos. Os nossos direitos estão sendo violados, sobretudo nos últimos oito anos.
          Portanto, Presidente Dilma, nossa intenção é - por meio desta carta - defender as nossas vidas e o nosso bem viver. Pedimos isso à Senhora que também é mãe, avó e filha da Terra; que lutou pela Liberdade e é um exemplo para não silenciarmos a nossa voz. Por isso, estamos aqui, fazendo um apelo a Vossa Excelência para que nos ouça e atenda a liderança indígena maior do país.
Cuiabá, 26 de novembro de 2011
Assinamos,


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